20/02/10

prendes-me a ti



prendes-me a ti em teia transparente
de querer(e não querer)
colo-me em mel suado que escorres
enleio-me nos teus beijos de língua quente
derreto-me no calor envolvente
das noites quentes de verão
estreladas
saboreadas
lentamente prolongadas
por horas curtas, roubadas
aos tempos de solidão.
prendes-me com luvas rendilhadas de cinema
negras (de querer)
dedos lânguidos que provocam
espreitando
tocando
arrepiando
arranhando (por querer)
pele carente, ansiosa por te ter.
tenho-te na seda tecida
do lençol em desalinho
tenho-te aos pedaços
nos tempos que nos separam
nos tempos que se baralham
nos tempos de querer
(e não querer)
quando te tenho nos braços

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